domingo, 1 de abril de 2012

Mel Lisboa vai viver Rita Lee em musical

Mel Lisboa: “A Globo não tinha interesse em mim”

Grávida de seu segundo filho, a atriz diz que é mais bem tratada na Record e prepara-se para viver Rita Lee em musical


Foto: Eder Bruscagin Ampliar
Sua estreia como atriz foi em 2001 como protagonista da minissérie da Rede Globo, "Presença de Anita"
 
Mel Lisboa garante que não é a ovelha negra da família. Mas diz que sempre teve sinal verde dos pais para transgredir. Daí as diversas tatuagens espalhadas pelo corpo e as escolhas por trabalhos com nudez e despudor, como a a lolita Anita ou pornochanchada na Boca do Lixo.
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Mas esta figura, com um quê de transviada, se desmancha quando fala. Com pele de bebê e olhos azuis vivos, sua voz é doce e suave. E os cabelos agora ruivos fazem parte de um outro projeto ousado: interpertar Rita Lee no musical "Rita Lee Mora ao Lado", de Henrique Bartsch. Tomando um cafezinho, Mel experimentava roupas em uma loja de moda para gestantes, em São Paulo, onde adquiriu peças para sua nova silhueta.
A minha vida está estruturada, tenho minha família, minha casa, já sou mãe, isso me faz mais tranquila"
A gaúcha de 30 anos está grávida de seis meses de seu segundo filho, Clarice, também do relacionamento com o músico Felipe Roseno. “É uma gravidez mais tranquila que a primeira, não estou ansiosa. Diferente de quando eu tive o Bernardo (3 anos), hoje a minha vida está estruturada”, conta ela ao iG. Confira o bate-papo:

Foto: Eder Bruscagin Ampliar
Em 2004, Mel Lisboa posou nua para a revista "Playboy"
A minha trajetória como atriz e profissional é atípica, é uma história meio torta, sempre foi"

iG: Você começa a ensaiar no segundo semestre. Por que já incorporou o visual da Rita Lee?
Mel Lisboa:
Foi natural, fiquei com vontade de mudar de cor de cabelo e a princípio não por causa da Rita. Já fiquei ruiva outras vezes e eu me gosto assim. Aí juntou a fome com a vontade de comer. Eu já estava com a franja por causa da (peça) “Cine Camaleão”, que também tem esse visual. Aí pensei: ‘Por que não já me ver um pouco mais Rita?’ É um processo lento porque não adianta eu querer virar Rita do dia pra noite que não vou virar. Eu tenho que, aos poucos, ir incorporando, entendendo e me ver ruiva já é alguma coisa pra mim.
Foto: Eder Bruscagin
Na novela "Como uma Onda", em 2003, Mel interpretou Lenita Paiva, uma garota rica e mimada
iG: Não tem problema tingir o cabelo durante a gestação?
Mel Lisboa:
Depois da 20ª semana, não tem problema. Mas depende do médico. Tem uns que dizem que não pode, o meu já é mais aberto a essa escolha com uma tintura com menos amônia.
iG: Você já encontrou com a Rita Lee? Teve permissão dela para fazer o musical?
Mel Lisboa:
Não a conheço, mas ela sabe e já autorizou. Isso pra mim foi muito bacana, fiquei muito feliz.
iG: Como é a preparação para compor a Rita Lee?
Mel Lisboa:
Aos 30 anos, com a idade que estou hoje, ela já estava em plena carreira solo, muito bem, começando a ter filhos também. Ela já tinha o Beto (Lee), então consigo traçar paralelos. É mais fácil encontrar primeiro a Rita por essa fase e depois tentar achar as outras. Além disso, no tempo que eu tenho livre, eu pesquiso entrevistas, muitos clipes, muitos shows. E estou estourando meus dedos, tocando violão todos os dias.

Foto: Eder Bruscagin Ampliar
Em 2007, Mel se tornou apresentadora do canal GNT e lançou o livro “Mundo Afora - Diário de Bordo de Mel Lisboa”
 
Se eu ficar só no ‘comercialzão’, fico infeliz e pior, eu começo a fazer o meu trabalho mal feito porque eu sou muito movida por paixão"
iG: Você tem esse lado ‘rock’n’roll’ da Rita Lee?
Mel Lisboa:
A Rita é de uma geração que eu não vivi. Os anos 1960, 1970, a coisa política das drogas, das artes. Mas a minha referência é interessante porque eu tenho pais bem mais alternativos. Meu pai é compositor, é músico, e minha mãe também, é astróloga, são pessoas mais hippies. Então, isso não é muito distante de mim. Agora, o que é uma atitude rock’n’nroll hoje em dia? É tomar drogas? Acho que não. Tem muita gente que acha porque eu tenho muitas tatuagens... Não sou careta, nem quero ser. Mas isso não significa que eu seja louca.
iG: Como foi gravidez do Bernardo e como está sendo a da Clarice?
Mel Lisboa:
As duas foram tranquilas, sem dificuldade, sem enjoo. Tive um microsangramento nesta gestação, fiquei ansiosa e fui direto para o hospital. Meu médico disse que não era nada grave, que deve ter sido algum esforço que gerou isso. Foi uma gravidez tranquila, mas com algumas coisas diferentes.
iG: O que está diferente nesta gestação?
Mel Lisboa
: Estou menos ansiosa e não só por ser a segunda gravidez. Na do Bernardo, eu conheci o Felipe (Roseno) e em dois meses a gente engravidou. Então, não era só uma gravidez, era uma mudança inteira de vida, eu estava casando, comprando casa, a minha vida estava mudando inteiramente. Já agora, a minha vida está estruturada, tenho minha família, minha casa, já sou mãe, isso me faz mais tranquila.
iG: Engordou muito na primeira? Como voltou à forma?
Mel Lisboa:
Engordei menos nesta gravidez. Nesta altura na gravidez do Bernardo, eu estava com cinco quilos a mais. Apesar de eu ter pouco seio, eu produzia bastante leite e doei leite até os sete meses do Bernardo, eu tenho sorte de ser uma ‘vaquinha leiteira’. E como amamentei um ano, foi importante no processo de perder peso. Não fiz nenhuma dieta porque estava mais preocupada em poder amamentar meu filho, em estar saudável. Eu pensava: ‘ah, se precisar emagrecer para um trabalho, aí eu faço uma dieta’. Aconteceu é que eu perdi naturalmente. Perdi até mais que os 15 quilos que ganhei e quando eu vi, já estava com meu corpo de volta.

Foto: Eder Bruscagin
Em 2008, prestes a dar à luz seu primeiro filho, Mel Lisboa se casou com o músico Felipe Roseno

O grande desejo desta gravidez é o picolé de brigadeiro, se deixar, como vários por dia"
iG: Mas você faz exercícios?
Mel Lisboa:
Faço natação e hidroginástica, mas faz duas semanas que eu não apareço (risos). As atividades que tenho feito são hidro, natação e pilates. Se eu puder, faço uma vez por semana cada um, três vezes por semana, mas não é sempre que eu consigo.
iG: Tem desejos nesta gravidez?
Mel Lisboa:
O grande desejo desta gravidez é o picolé de brigadeiro, estava até tomando um antes de vir pra cá. Eu sempre gostei de picolé, mas nesta gravidez, se deixar, eu como vários por dia. E desde a gravidez do Bernardo que eu tenho mania por limão, isso foi uma coisa que ficou da primeira gravidez e permaneceu nesta também.

Foto: Eder Bruscagin Ampliar
Na pele de Dalila, protagonizou a minissérie "Sansão e Dalila", da Rede Record, em 2011

Na Globo eles não estavam me usando, não tinham interesse em mim. Não adianta ficar contratada e não trabalhar, cair no ostracismo
iG: Como foi passar por uma gravidez ectópica (fora do útero)? Você imaginou que demoraria mais tempo para engravidar?
Mel Lisboa:
Quando eu resolvi liberar de novo para engravidar, eu trabalhei a minha cabeça: ‘pode demorar’. Porque quando você quer engravidar e não vem – tenho várias amigas passando por isso – é muito angustiante. Então, fiquei apreensiva, com medo que demorasse e no momento que eu ficasse, fiquei com medo de ter uma segunda gravidez ectópica justamente por já ter tido uma. Aí, se eu tivesse outra, teria que tirar a outra tuba (uterina) e aí teria que engravidar por inseminação.
iG: Você está emendando uma peça na outra, está longe da TV. Imagino que você não tenha essa ânsia de construir uma imagem para a publicidade.
Mel Lisboa:
Acho que cada um tem um caminho e uma história. Dentro das coisas que eu construí e do que veio até mim, fiz opções, fui vendo o que me movia. Se a pessoa tem uma levada na carreira diferente da minha, eu não tenho absolutamente nada contra, cada um com sua história. A minha trajetória como atriz e profissional é atípica, não acontece com todo mundo, é uma história meio torta, sempre foi. E eu vou lindando com isso da forma que me preenche melhor. Assim eu fico mais feliz, mais sossegada e eu me sinto mais completa.

Foto: Eder Bruscagin Ampliar
No cinema, atuou nos filmes "A Cartomante" (2003), "O Casamento de Romeu e Julieta" (2005), "Sonhos e Desejos" (2006), e "Ao Vivo" (2008)
 
Não preciso ser rica, mas gosto de ter meu dinheiro e não passar aperto
iG: É difícil ganhar dinheiro longe da televisão?
Mel Lisboa:
A gente precisa de dinheiro para pagar as contas, comprar as coisas, poder viajar e tal. Se eu ficar só no ‘comercialzão’, fico infeliz e pior, eu começo a fazer o meu trabalho mal feito porque eu sou muito movida por paixão. Busco outras coisas que me apaixonam e que não me dão dinheiro, mas que me movam para eu poder equilibrar. Para poder depois fazer alguma que não seja tão apaixonante, artisticamente falando, mas que me dê um dinheiro, que pague as minhas contas, para que eu possa dar uma vida digna para os meus filhos. Não preciso ser rica, mas gosto de ter meu dinheiro e não passar aperto.
iG: Como foi sua experiência na Globo?
Mel Lisboa:
Na Globo eles não estavam me usando, não tinham interesse em mim. Não adianta ficar contratada e não trabalhar, cair no ostracismo. Não é só dinheiro, a carreira é construída de um monte de coisas. A televisão serve para isso, para você poder mostrar seu trabalho. É o veículo que tem maior popularidade, é uma vitrine. Então, não adianta você ser contratada por uma televisão e não poder mostrar seu trabalho. A minha ida para Record foi muito boa. Sempre fui muito bem tratada na Record, sinto como se eu pudesse chegar mais nas pessoas de uma forma geral.
iG: Até quando vai seu contrato na Record?
Mel Lisboa:
Estou contratada até 2015, o que é muito bom porque me garante esse dinheiro mensal e raros artistas têm isso. Então, posso optar por fazer a minha peça lá na Cracolândia (‘Cine Camaleão – A Boca do Lixo’), ou outro projeto que não vai me dar dinheiro, e sim que vai me acrescentar artisticamente, que vai me dar outros benefícios.
Agradecimento: Loja Zazou
Av. Juriti, 433 - Moema - São Paulo

Foto: Eder Bruscagin Ampliar
Com dez peças no currículo, Mel encerra a temporada paulistana de "Cine Camaleão" e se prepara para viver Rita Lee em um musical, no segundo semestre.

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